Treze costarriquenhos, a maioria mulheres, morreram no sábado no naufrágio de uma embarcação que transportava 34 pessoas pela costa da ilha de Little Corn Island, no Caribe sul da Nicarágua - informou o governo de Manágua. Das 34 pessoas a bordo, incluindo o capitão e seu ajudante, "13 morreram, todos costarriquenhos. Os sobreviventes foram levados para ilha vizinha de Corn Island", anunciou a porta-voz do governo, a primeira-dama Rosario Murillo.
Dos 21 sobreviventes, 13 são costarriquenhos, dois britânicos, dois americanos, uma brasileira e três da Nicarágua, informou Murillo. Depois de chegarem ao aeroporto internacional de Manágua, os turistas e os corpos de nove dos 13 mortos foram transferidos para o Instituto Médico Legal local a bordo de sete ambulâncias. No desembarque em Manágua, dois sobreviventes choraram de emoção e agradeceram ao governo local pelo apoio. "Foi uma coisa que, infelizmente, aconteceu, mas o governo da Nicarágua se comportou às mil maravilhas", declarou um turista costarriquenho, que pediu para não ser identificado.
Segundo ele, a embarcação não virou por culpa do mau tempo. "Houve notícias não verídicas de que havia mau tempo", comentou, sem dar detalhes. "É uma grande tragédia", lamentou a porta-voz do governo, antes de informar que o presidente Daniel Ortega ordenou que a Força Naval inicie uma investigação. "O presidente pediu que a responsabilidade dos que conduziam a embarcação seja determinada e que sejam cumpridos os processos penais correspondentes", disse Murillo.
"Os passageiros eram turistas que estavam de férias na pequena ilha de Corn Island e zarparam, apesar da indicação de que não poderiam zarpar", explicou a porta-voz. "Foi uma ação temerária do dono da embarcação, que, sabendo como está a situação, presta-se a fazer as viagens ao custo do risco das pessoas", criticou o comandante da Força Naval, o contra-almirante Marvin Elías Corrales. Segundo uma investigação preliminar, a embarcação teria virado em consequência dos fortes ventos.
O capitão do barco, Hilario Blandón, e seu ajudante, ambos nicaraguenses, foram detidos na chegada a Corn Island. Os dois serão acusados pelos crimes de homicídio culposo e exposição de pessoas ao perigo, segundo o vice-comandante de Polícia Francisco Díaz. Costa Rica decreta luto nacional. O presidente Ortega determinou a agilização dos trâmites para o traslado ainda neste domingo dos corpos das vítimas para San José.
O governo da Costa Rica lamentou a tragédia e expressou solidariedade às famílias das vítimas. Além disso, decretou luto nacional e prometeu que a embaixada e os consulados do país na Nicarágua prestarão todo o apoio necessário. De acordo com o chanceler Manuel González, Manágua ofereceu um avião para transportar os restos mortais das vítimas ao país. Hoje, o presidente Luis Guillermo Solís promulgou o decreto que ordena o hasteamento a meio pau da bandeira nacional nos prédios públicos, até amanhã. "Me uno ao profundo pesar que embarga as famílias das pessoas falecidas no trágico naufrágio de uma embarcação no Caribe nicaraguense", disse Solís, na mensagem divulgada neste domingo
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