sábado, 19 de dezembro de 2015

Troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda repercute no exterior Principal destaque foi dado para as diferenças entre os dois economistas

A troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no comando do Ministério da Fazenda causou repercussão em veículos de imprensa do exterior. O principal destaque foi dado para as diferenças entre os dois economistas e a preferência da presidente Dilma Rousseff por uma abordagem menos amigável ao mercado.
O "El País", de Madri, diz que a incerteza da permanência de Levy, somado ao processo de impeachment, agravou o momento de turbulência da economia brasileira. O jornal lembrou que a escolha do ex-ministro, em dezembro de 2014, foi uma tentativa de agradar aos investidores e de conter os gastos públicos, mas que agora ele é substituído por alguém mais próximo de Dilma e de Lula.
"O cabo de guerra entre as teses restritivas de Levy e as mais expansionistas dos líderes do PT e da ala mais a esquerda do governo tem sido o dia a dia da ação política do Executivo brasileiro", avalia o jornal.
Por sua vez, o "Financial Times" afirma que a saída de Levy causa temores de que o deficit brasileiro irá se deteriorar ainda mais, ampliando a desvalorização do real. O diário britânico lembrou do pedido de demissão de Barbosa no primeiro mandato de Dilma.
"Analistas dizem que Barbosa renunciou na gestão anterior por discordar das pedaladas fiscais que a equipe econômica usava para ocultar o deficit do Orçamento. Essas pedaladas fiscais foram mais tarde condenadas pelo órgão responsável por fiscalizar as contas, o TCU".
"Entretanto, ele é considerado menos agressivo em relação à política fiscal e mais aberto à intervenção de Dilma, que prefere um modelo econômico controlado pelo Estado com grandes companhias estatais e empréstimos públicos elevados", declara o "Financial Times".
Contraste
Na Argentina, o "Clarín" ressaltou o distanciamento entre as opiniões econômicas de Dilma e do antigo ministro da Fazenda.
"O certo é que o ex-funcionário, que fora defendido em várias oportunidades por sua chefe, não conseguiu os resultados esperados", avalia o jornal.
Para o periódico de Buenos Aires, o principal motivo para a troca foi a discordância sobre a profundidade dos cortes no Orçamento

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