segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A+AA- Aedes: MS libera 17,9 toneladas de larvicida Segundo a pasta federal, a quantidade do material pode ser aplicada a 500 mil litros de água

llmeida/Arquivo Folha
Em Pernambuco, 57 cidades estão em situação de surto pela infestação do mosquito
As últimas semanas têm sido de engajamento da população e de instituições da sociedade acerca do combate ao Aedes aegypti. E no que cabe ao poder público, a expectativa também é de reforço. O Ministério da Saúde (MS) anunciou o envio de 17,9 toneladas de larvicida para estados do Nordeste e do Sudeste, suficientes para tratar nove bilhões de litros, o equivalente a 3.560 piscinas olímpicas. Cada quilo do produto pode ser aplicado a 500 mil litros. Apesar disso, outra medida, a mais propagada, segue no discurso de autoridades sanitárias: impedir o acúmulo de água limpa em caixas d’água, pneus velhos, vasos de plantas e outros recipientes é a maneira mais abrangente de impedir o avanço do mosquito.

Em Pernambuco, onde há 57 cidades em situação de surto pela infestação do inseto e outras 69 em alerta, larvicidas não estão em falta desde o último mês de outubro, quando o MS regularizou o fornecimento após um período de atraso. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a remessa correspondente a janeiro e fevereiro de 2016, de quatro toneladas, foi enviada antecipadamente e já é distribuída nos municípios. O montante a ser recebido em razão do reforço anunciado pelo Governo Federal, entretanto, ainda não foi acertado, segundo a coordenadora do Programa Estadual de Combate à Dengue e à Chikungunya, Claudenice Pontes. “De todo modo, não está em falta. Nosso entendimento, inclusive, é do uso racional desses insumos. O tratamento com larvicidas deve ser o último recurso. A prioridade é eliminar os focos sem usar química”, declara.
O repasse para as prefeituras varia de acordo com informações contidas num sistema interligado ao da SES, por onde é possível mapear o uso e os depósitos de larvicidas. A utilização só deve ocorrer em pontos com risco potencial de proliferação, como recipientes trincados ou que não puderem ser esvaziados ou vedados. “Verificamos que há casos isolados de agentes que fazem um uso indiscriminado disso. Não à toa, houve municípios que ficaram sem o produto por três meses”, explica Claudenice. Já os adulticidas, destinados a eliminar os insetos propriamente, são aplicados por meio de fumacês e em pontos estratégicos, se houver números altos de notificações por semana epidemiológica. Dezessete cidades já receberam a medida no segundo semestre. O Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) norteia as ações. “Essas medidas, que são de bloqueio, e todas as outras só são eficazes se integradas”, completa.
O presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota, concorda e acrescenta que a expectativa dos prefeitos é de que o básico para a luta contra o transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus não volte a faltar. “Não dá para fazer uma relação direta entre a falta do larvicida e o cenário que vemos agora, com aumento do número de casos dessas doenças. Mas, sem dúvida, deixou os municípios de mãos atadas. Se o Ministério da Saúde vai fazer esse reforço, é sinal de que nossas demandas foram ouvidas. A questão é manter a regularidade do envio de insumos”, afirma Patriota, lembrando a responsabilidade que a população tem no combate aos criadouros.
BIOLÓGICO - Em paralelo aos insumos distribuídos pelo poder público, o primeiro larvicida biológico do Brasil deve ser distribuído para uso doméstico já nas próximas semanas. O Biovech foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O produto é resultado de dez anos de estudos. Sua fórmula, que não impacta o meio ambiente, contém cristais da proteína Cry, que, quando ingeridos pelas larvas do Aedes, provocam sua m

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