segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Procuradoria diz que Cunha cobrou por jogos olímpicos no Rio Publicado em 20/12/2015, às 20h38 | Atualizado em 20/12/2015, às 20h4

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de ter negociado a inclusão de projetos de interesse de empreiteiras que fazem obras para os Jogos Olímpicos do Rio, durante a apreciação no Congresso de medida provisória (MP) enviada pelo governo. A MP-584, de 2012, concede incentivos tributários para a Olimpíada de 2016. Segundo Janot, Cunha acertou com José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, executivo da empresa OAS, que faz obras para os Jogos, o pagamento de R$ 1,9 milhão para beneficiar empreiteiras.
Na medida cautelar em que pede Supremo o afastamento de Cunha do cargo de deputado federal, Janot informa que, poucos dias depois de trocar mensagens sobre a MP-584 com Léo Pinheiro, "Cunha cobrou o pagamento de valores, que, pelo teor das conversas anteriores, era em duas partes: R$ 1,5 milhão e R$ 400 mil". Janot sustenta ainda que Cunha tratou da apresentação de emendas com o então senador Francisco Dornelles (PP-RJ), hoje vice-governador do Estado do Rio de Janeiro. "Francisco Dornelles apresentou nada menos que 15 emendas à referida MP", diz o procurador na medida cautelar.
Investigado pela Lava Jato, Léo Pinheiro foi condenado em agosto pelo juiz federal Sergio Moro a 16 anos e 4 meses de reclusão por corrupção, lavagem de dinheiro e atividade em organização criminosa. O executivo nega. A OAS foi procurada por e-mail ontem, mas não respondeu. O vice-governador Francisco Dornelles não retornou as ligações. Cunha não respondeu mensagem enviada ao seu celular

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