quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Claque tenta animar Dilma

     Claque tenta animar Dilma
Profundas olheiras, magra, abatida e com semblante tensionado. Esta foi a presidente Dilma que aterrissou, ontem, em Pernambuco, para inaugurar uma estação de bombeamento do projeto de Transposição das águas do São Francisco. Um super esquema de segurança a protegeu de qualquer hostilidade durante a sua passagem, que durou duas horas.
Mas nem precisava. Distante 30 km do centro de Floresta, de acesso complicado, a estação elevatória da Transposição foi devidamente preparada para um evento fechado, onde só era possível entrar mediante convite. Que, aliás, foram distribuídos pelos movimentos sociais, à frente o MST, cujo coordenador estadual, Jaime Amorim, foi o mais aplaudido, depois de Dilma, claro.
Os convidados foram levados de vans e ônibus. E capricharam no traje: camisas do PT e bonés do MST. Um dos presentes, tratado na plateia como “Poeta”, exagerou na dosagem e desfilou com uma camisa vermelha com uma foto da presidente destacando a frase: “Mãe Dilma”.
Anfitriã, a prefeita Rorró Maniçoba (PSB) disse que se surpreendeu com o público, porque temia ser um fracasso. “Não pude mobilizar muita gente, até porque ninguém me pediu ou ofereceu as condições”, relatou a socialista, que usou a sua fala, a primeira do ato, para fazer uma defesa ardorosa do Governo Dilma, com frases de efeito contra o impeachment.
Percebendo o ambiente petista e com cheiro de movimentos sociais, o governador Paulo Câmara fez um discurso discreto, primeiro para agradecer ao Governo pela forma séria, segundo ele, como está conduzindo a Transposição, depois pelos recursos liberados aos três Estados nordestinos (PE. CE e PB), da ordem de R$ 280 milhões, para ampliar a oferta de água nas comunidades que margeiam os canais da obra.
Percebendo que os organizadores haviam caprichado no evento, a presidente se soltou. “Vivemos em um País democrático com um Governo que tem um compromisso: o de superar a crise. Nada vai me demover desse caminho! Eu tenho orgulho de ter um patrimônio: meu nome, o meu passado e o meu presente. A gente pode dar até uma envergadinha, mas não quebra”, desabafou.
O desabafo, claro, se deu em razão do processo de impeachment instalado pela Câmara dos Deputados, mas que voltou à estaca zero com a decisão do Supremo Tribunal Federal de dar superpoderes ao Senado. A presidente afirmou, que, apesar de qualquer dificuldade, o seu Governo irá concluir a obra de integração do Rio São Francisco em 2016.
“O Brasil é grande o suficiente para, ao mesmo tempo que faz equilíbrio fiscal nas contas públicas do governo, investir em obras como esta (da transposição do rio São Francisco)”, disse. “O ‘Minha Casa, Minha Vida’ é outro programa que não vamos parar de jeito nenhum”, ressaltou, citando o evento de entrega de moradias do qual participou mais cedo, na Bahia.
OBRA PARA 2016– Sobre as obras de transposição do São Francisco, a presidenta Dilma garantiu que, "com a dificuldade que for", o Governo não deixará de concluir esse empreendimento no ano que vem. "Considero essa obra prioritária pelo efeito que terá na vida de milhões de pessoas no semiárido. Estamos enfrentando o quinto ano de seca. Esse país é grande o suficiente para, ao mesmo tempo que faz equilíbrio fiscal nas contas do governo, investir em obras como essa", afirmou, em discurso lido e no final improvisado.
Humberto deu uma mãozinha– O senador Humberto Costa deve ter dado uma contribuição decisiva na montagem da claque vermelha que foi, ontem, a Floresta, bater palmas para a presidente Dilma. Na duas vezes em que seu nome foi citado pelo cerimonial acabou sendo bastante aplaudido, assim como o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, que é do PT

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