quarta-feira, 6 de abril de 2016

Lula pede a deputados que abram mão de votar impeachment ou faltem à sessão

Governistas consideram 3 estratégias anti-impeachment: voto contra; abstenção e ausência

Lula pede: faltem ou não votem
Lula pede: faltem ou não votemRicardo Stuckert/23.03.2016/Instituto Lula
Nesta terça-feira (5), Lula voltou à Brasília para continuar a articulação pela permanência da presidente Dilma. Para impedir que a oposição consiga os 342 votos necessários para o impeachment na Câmara, o ex-presidente está atuando no corpo a corpo com os deputados.

Aos que se negam a votar contra a saída da presidente, ele pede que o parlamentar ao menos falte à sessão ou se abstenha de votar. Impedido de assumir como ministro-chefe da Casa Civil, Lula vem atuando informalmente como articulador do Palácio do Planalto no Congresso.

Até o momento, a oposição já conseguiu 261 dos 342 votos necessários para a abertura do processo — se a matéria for aprovada pelo plenário da Câmara em sessão no próximo dia 17, o julgamento e impedimento definitivo são feitos pelo Senado.
O vice-líder do governo na Câmara, deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), explica a estratégia.
— A oposição só tem um tiro, que é o voto a favor do impeachment. Nós temos três tiros: o voto contra, a abstenção e a ausência. 

Racha entre partidos
O corpo a corpo de Lula tem causado um racha nos partidos da base do governo. E o Planalto também estimula esse processo oferecendo cargos em troca de apoio parlamentar.
A ala oposicionista do PP diz que tem maioria para fechar a questão a favor do impeachment e quer que a Executiva Nacional do partido se pronuncie nesse sentido.

Para apaziguar os ânimos, o presidente da legenda, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que é da ala governista, divulgou nota afirmando que o PP não assumirá nenhum cargo no governo até que divulgue seu posicionamento oficial.

Enquanto isso, oposicionistas na legenda, como o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), exigem que seja convocada a Executiva ou o Diretório Nacional, para votar sobre a ruptura com o governo. Para ganhar tempo, Nogueira convocou para esta quarta-feira (6) uma reunião das bancadas do PP no Senado e na Câmara para discutir a questão - iniciativa que é contestada pelos dissidentes.

A divisão também se verifica no PMDB. É cada vez maior a pressão sobre os seis ministros que permanecem no cargo, entre eles: Kátia Abreu (Agricultura), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde).
O novo presidente do PMDB, o senador Romero Jucá (RR), disse que já recebeu pedidos de expulsão de Kátia e Pansera por desobediência à decisão do diretório do partido.
Em meio à disputa, o PMDB vem perdendo espaço no primeiro escalão do governo. Hoje foram exonerados secretários ligados ao Ministério do Turismo: o secretário de Estruturação do Turismo, Neusvaldo Ferreira Lima, o secretário de Qualificação e Promoção do Turismo, Raimundo Coimbra Júnior, e a chefe de gabinete, Ana Paula Magalhães.
Até o fim de semana serão confirmadas novas exonerações, mas no Ministério da Agricultura.

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