domingo, 10 de janeiro de 2016

Academia Pernambucana de Letras abrirá biblioteca ao público

O acervo da entidade foi criado ao longo dos anos, com a herança dos acadêmicos falecidos


O solar, datado do século 19 e sede da APL, precisa urgentemente de uma reforma  / Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem

O solar, datado do século 19 e sede da APL, precisa urgentemente de uma reforma

Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem

A Academia Pernambucana de Letras (APL) tem uma biblioteca com mais de 30 mil livros. Só de obras raras são cerca de mil exemplares. Tudo guardado num aprazível casarão do bairro das Graças, na Zona Norte do Recife. Mas longe dos olhos e das mãos dos mortais. Fechada ao público desde sempre, a vasta coleção será liberada, aos poucos, para consultas e empréstimos, anuncia a entidade neste 23 de abril, Dia Internacional do Livro.
É a primeira vez, nos 114 anos da APL, que os livros ficarão ao alcance do povo. O peso da tarefa é proporcional ao tempo de confinamento das publicações. Cada volume terá de ser higienizado, catalogado e organizado antes de ser aberto aos leitores. E não é só isso. Falta pintar as paredes da biblioteca, trocar parte do piso, corrigir infiltrações, modernizar a rede elétrica e reformar os banheiros.
“Assinamos um convênio com a Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) para dar início a esse trabalho. Mas estamos em busca de novos parceiros porque o custo é muito alto”, afirma a escritora Fátima Quintas, presidente da APL. “Há obras raras precisando de restauro e encadernação”, diz ela, lembrando que as preciosidades do acervo não estarão disponíveis para empréstimo.
No momento, duas bibliotecárias fazem o levantamento dos livros e a expectativa da academia é inaugurar o novo serviço no fim de 2015 com a oferta de dez mil volumes que passeiam pela diversas áreas de conhecimento: literatura (romance, prosa, poesia e biografia), filosofia, religião, política, história, geografia, sociologia e medicina.
“A publicação mais antiga, até agora, é a Vida de D. Nuno Álvares Pereyra, segundo Condestável de Portugal, de Domingos Teixeira, editado em 1723”, diz a bibliotecária Bernadette Amazonas. “Temos também a primeira edição dasObras Políticas e Literárias, de Frei Joaquim do Amor Divino Caneca. São dois volumes, de 1875 e 1876, encadernados juntos”, destaca Bernadette.

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